Palhaço cruento é comediante,
pois acha que o mundo é uma piada
Ri por último com sorriso cortante
lutando pela comédia afiada
Atemorizando o mundo discordante
Por trás da sua máscara escabrosa,
há repugnância nos seus olhos brilhantes
Para sua existência não há lei
Com charuto contempla o sofrimento
das vítimas à tirania de rei
Usa o deboche como suprimento
Seus companheiros acham-no sanguinário
que sua alma é reinado pelas trevas
Segue com fé no coração ordinário
Sem regras, ávido pelo prazer carnal
Tem como esposa sua acerba lascívia
Na sua púbis há soberba luxúria
A libido prende seu prazer espiritual
Bebeu o cálice do remorso amargo
Derramara sangue a custa de nada
que na memória ficou como encargo
Chegou ao fim escrupuloso da piada
Transformou-se em outro comediante
No simples broche de cor amarelada
Nuance de anjo com riso altissonante
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